PENSAMENTOS E FRASES

“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."

(Jean Piaget)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Exercícios 5 - Agente Administrativo - TJSP - 2009

CONHECIMENTOS GERAIS
Língua Portuguesa
AGENTE ADMINISTRATIVO TJSP – 2009

Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto
seguinte.

Representatividade ética

Costuma-se repetir à exaustão, e com as consequências características do abuso de frases feitas e lugares-comuns, que as esferas do poder público são o reflexo direto das melhores qualidades e dos piores defeitos do povo do país. Na esteira dessa convicção geral, afirma-se que as casas legislativas brasileiras espelham fielmente os temperamentos e os interesses dos eleitores brasileiros. É o caso de se perguntar: mesmo que seja assim, deve ser assim? Pois uma vez aceita essa correspondência mecânica, ela acaba se tornando um oportuno álibi para quem deseja inocentar de plano a classe política, atribuindo seus deslizes a vocações disseminadas pela nação inteira... Perguntariam os cínicos se não seria o caso, então, de não mais delegar o poder apenas a uns poucos, mas buscar reparti-lo entre todos, numa grande e festiva anarquia, eliminando-se os intermediários. O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava,com a acidez típica de seu humor: “Restaure-se a moralidade, ou então nos locupletemos todos!”.
As casas legislativas, cujos membros são todos eleitos pelo voto direto, não podem ser vistas como uma síntese cristalizada da índole de toda uma sociedade, incluindo-se aí as perversões, os interesses escusos, as distorções de valor. A chancela da representatividade, que legitima os legisladores, não os autoriza em hipótese alguma a duplicar os vícios sociais; de fato, tal representação deve ser considerada, entre outras coisas, como um compromisso firmado para a eliminação dessas mazelas. O poder conferido aos legisladores deriva, obviamente, das postulações positivas e construtivas de uma determinada ordem social, que se pretende cada vez mais justa e equilibrada.
Combater a circulação dessas frases feitas e lugares-comuns que pretendem abonar situações injuriosas é uma forma de combater a estagnação crítica - essa oportunista aliada dos que maliciosamente se agarram ao fatalismo das “fraquezas humanas” para tentar justificar os desvios de conduta do homem público. Entre as tarefas do legislador, está a de fazer acreditar que nenhuma sociedade está condenada a ser uma comprovação de teses derrotistas.
(Demétrio Saraiva, inédito)

1.      Pareceu necessário, ao autor, empregar o adjetivo ética, no título do texto, porque o conceito de representatividade costuma ser:

(A)    utilizado como um valor, em princípio, absoluto, não se prestando a justificar interesses escusos.
(B)    lembrado em seu valor relativo, pois a tarefa legislativa é mais alta do que a de representar os anseios públicos.
(C)    maliciosamente utilizado por quem dele se vale como abono social para a prática de atos inescrupulosos.
(D)    referido como um desses valores que, historicamente, vão mudando de sentido de acordo com a época.
(E)    ingenuamente tomado como consensual, já que há muitas dúvidas quanto às tarefas que cabem ao legislador.



2. Atente paras as seguintes afirmações:
 I.       No 1º parágrafo, a pergunta dos cínicos e a frase do Barão de Itararé consideram a possibilidade da universalização de vantagens inescrupulosamente obtidas.
II.       No 2o parágrafo, o autor expressa sua convicção de que é fatal, na esfera do poder legislativo, a disseminação das mesmas mazelas que afetam o conjunto da sociedade.
III.       No 3o parágrafo, o combate aos lugares-comuns e às frases feitas é considerado um recurso válido para quem considera banal a disseminação dos vícios sociais.
Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em:
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

3. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:
(A) são o reflexo direto (1o parágrafo) constituem a condicionante básica.
(B) Na esteira dessa convicção (1o parágrafo) em que pese a tal certeza.
(C) síntese cristalizada (2o parágrafo) tópico transparente.
(D) postulações positivas (2o parágrafo) demandas afirmativas.
(E) abonar situações injuriosas (3o parágrafo) retificar ações caluniosas.

4. O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava (...):
“Restaure-se a moralidade, ou então nos locupletemos
todos!”.
Transpondo-se adequadamente o trecho acima para o discurso indireto, ele ficará: O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava que:

(A) ou bem se restaurasse a moralidade, senão nos locupletaríamos todos.
(B) fosse restaurada a moralidade, ou então que nos locupletássemos todos.
(C) seja restaurada a moralidade, ou todos nos locupletávamos.
(D) seria restaurada a moralidade, caso contrário nos locupletássemos.
(E) a moralidade seja restaurada, quando não venhamos a nos locupletar.

5. As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:
(A)    Há frases que se repete à exaustão e que, exatamente por isso, passam a soar como se constituíssem cada uma delas uma verdade incontestável.
(B)    Frases sempre haverão que, à força de se repetirem ao longo do tempo, acabam sendo tomadas como verdades absolutas.
(C)    Quando a muitas pessoas interessam dar crédito a frases feitas e lugares-comuns, há o risco de se cristalizar falsos juízos.
(D)    O hábito da repetição mecânica de frases feitas e lugares-comuns acabam por nos conduzirem à fixação de muitos preconceitos.
(E)    Cabe aos indivíduos mais conscientes combater o chavão e o lugar-comum, para que não se percam de vista os legítimos valores sociais.

6. As casas legislativas, cujos membros são todos eleitos pelo voto direto, não podem ser vistas como uma síntese cristalizada da índole de toda uma sociedade (...).
Considerando-se aspectos de construção da frase acima, é correto afirmar que:

(A)    o segmento cujos membros são todos eleitos pode ser adequadamente substituído por em cujas os membros são todos eleitos.
(B)    a eliminação das duas vírgulas em nada alteraria o sentido veiculado pela frase.
(C)    a transposição para a voz ativa do segmento não podem ser vistas resultará na forma não se veem.
(D)    o segmento como uma síntese pode ser adequadamente substituído por tal uma síntese.
(E)    o segmento de toda uma sociedade está empregado no sentido de qualquer sociedade.

7. Uma nova e correta redação da frase do Barão de Itararé, citada no texto, que preserva o sentido original é:

(A)    Nos locupletemos todos, quando se restaurar a moralidade.
(B)    Locupletemo-nos todos, a menos que se restaure a moralidade.
(C)    Venhamos a nos locupletar, conquanto se restaura a moralidade.
(D)    Que todos locupletemo-nos, ou então restaure-se a moralidade.
(E)    Quando todos nos locupletamos, escusado é restaurar a moralidade.

8. A chancela da representatividade, que legitima os legisladores, não os autoriza em hipótese alguma a duplicar os vícios sociais (...).
Nessa frase, são exemplos de uma mesma função sintática os termos:

(A) os legisladores e os vícios sociais.
(B) A chancela e os legisladores.
(C) da representatividade e autoriza.
(D) em hipótese alguma e da representatividade.
(E) A chancela e os vícios sociais.

9. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

(A)    Imagina-se que o povo espera dos legisladores uma representação de seus valores essenciais, pois quanto a isso é que se galga o poder.
(B)    O Barão de Itararé ficou sendo um signo do anedotário nacional, tanto assim que em suas frases de efeito resistem a perdurar por gerações.
(C)    Os lugares-comuns constituem expressões do senso comum, em cuja prática muitos hábitos se propagam e muitos preconceitos se consolidam.
(D)    Uma frase-feita, é com frequência, mais que um vício de linguagem, sendo uma acomodação da consciência que se dispensa a criticar.
(E)    Os inescrupulosos costumam atribuir aos demais cidadãos o epíteto de fraquezas humanas, quando eles próprios é que costumam envergá-la.



10. Quanto à flexão e à correlação de tempos e modos, estão corretas as formas verbais da frase:

(A)    Não constitue desdouro valer-se de uma frase feita, a menos que se pretendesse que ela venha a expressar um pensamento original.
(B)    Se os valores antigos virem a se sobrepor aos novos, a sociedade passaria a apoiar-se em juízos anacrônicos e hábitos desfibrados.
(C)    Dizia o Barão de Itararé que, se ninguém cuidar da moralidade, não haveria razão para que todos não obtessem amplas vantagens.
(D)    Para que uma sociedade se cristalize e se estaguine, basta que seus valores tivessem chegado à triste consolidação dos lugares-comuns.
(E)    Não conviria a ninguém valer-se de um cargo público para auferir vantagens pessoais, houvesse no horizonte a certeza de uma sanção.

Atenção: As questões de números 11 a 15 referem-se ao texto seguinte.
Espaço e tempo modernos
Nota-se nos romances mais representativos do século XX uma modificação análoga à que sucedeu com a pintura moderna, modificação que parece ser essencial à estrutura do modernismo. À eliminação do espaço ou da ilusão do espaço, na pintura, parece corresponder, no romance, a da sucessão temporal. A cronologia e a continuidade temporal foram abaladas, “os relógios foram destruídos”. O romance moderno nasceu no momento em que Proust, Joyce e Gide começam a desfazer a ordem cronológica, fundindo passado, presente e futuro, fazendo prevalecer o princípio da simultaneidade sobre o da sucessão temporal. A visão de uma realidade mais profunda, mais real que a do senso comum, é assim incorporada à forma total da obra de arte. O homem já não vive “no tempo”, ele passa a “ser tempo”, ou seja, a carregar dentro de si a dimensão de um tempo que não apenas flui, mas que problematiza a si mesmo.
(Adaptado de Anatol Rosenfeld. Texto/contexto)

11. Atente para as seguintes afirmações:
      I.        O que há em comum entre a pintura e o romance está num novo tipo de consciência do tempo, pela qual se abole a sucessão de uma cronologia convencional.
     II.        Nos romances de Proust, Joyce e Gide, a expressão do tempo começou a não mais corresponder à do senso comum, tornando-se mais complexa e mais consciente de si mesma.
    III.        Deve-se entender com a expressão “os relógios foram destruídos” que, na modernidade, a passagem do tempo deixou de ter qualquer relevância.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) II, apenas.



12. A seguinte frase apresenta redação clara e correta, sendo coerente com o sentido geral do texto:
(A)    Se na pintura se aboliu o espaço realista, no romance também se fraudou o tempo em sua passagem, tornando-o mais complexo.
(B)    Vários escritores da modernidade deveram-na à eliminação da passagem do tempo, substituindo-o pela simultaneidade.
(C)    Na obra de arte moderna, o tempo não é tomado como um simples e constante fluir, mas como uma dimensão complexa do próprio ser.
(D)    Analogamente ao que sucedeu com a pintura e o espaço, o romance e o tempo passaram por uma evolução em cuja se problematizaram.
(E)    Nossos sentidos do senso comum passaram a ter que se aplicar, na pintura, a um novo espaço, assim como o novo tempo no romance.

13. O senso comum vê o tempo apenas como um constante fluir, não distingue o tempo como um fenômeno complexo, nem considera o tempo como uma realidade interior; muitos chegam mesmo a confundir o tempo com os ponteiros de um relógio.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
(A) lhe distingue - lhe considera - confundi-lo
(B) o distingue - o considera - confundi-lo
(C) o distingue - o considera - confundir-lhe
(D) distingue-o - considera-o - lhe confundir
(E) distingue-o - lhe considera - confundir-lhe

14. Formaram-se pelo processo de derivação sufixal as palavras
(A) realidade e temporal.
(B) representativos e espaço.
(C) visão e momento.
(D) cronologia e análoga.
(E) relógios e tempo.

15. Considerando-se o contexto, nos segmentos análoga à que sucedeu com a pintura moderna (1o parágrafo) e incorporada à forma total da obra de arte (2o parágrafo), não haverá prejuízo para a correção caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por:

(A) implícita com a que e adstrita pela forma.
(B) ao par da que e introduzida à forma.
(C) aproximativa pela que e assimilada diante da forma.
(D) à semelhança da que e integrada na forma.
(E) próxima com a que e absorta pela forma.

GABARITO

001 - C
002 - A
003 - D
004 - B
005 - E
006 - D
007 - B
008 - A
009 - C
010 – E
011 - E
012 - C
013 - B
014 - A
015 - D

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