PENSAMENTOS E FRASES

“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."

(Jean Piaget)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Concurso nacional para professores será em 2012

A mais nova do Governo Federal

Concurso nacional para professores será em 2012
Primeira edição vai selecionar para vagas nas redes de ensino dos estados

... A primeira edição da Prova Nacional de Concurso para Ingresso na Carreira Docente será em agosto de 2012. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (12) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), que será responsável pela aplicação do exame, cujo objetivo é auxiliar estados e municípios a selecionar professores para trabalhar nas redes públicas.

A proposta foi anunciada no ano passado pelo MEC (Ministério da Educação) a partir do diagnóstico de que os concursos para professores da rede pública eram, em geral, mal elaborados. O modelo que está sendo desenvolvido assemelha-se ao do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

O professor interessado em participar poderá ser selecionado para trabalhar nas redes de ensino dos estados e municípios que aderirem à proposta. A previsão é que os resultados sejam divulgados em janeiro de 2013.

Um comitê de governança está concluindo a matriz de referência que irá indicar quais conteúdos e habilidades serão cobrados do candidato.

O grupo é formado por representantes do Inep, do Ministério da Educação, do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e de entidades de pesquisa em educação como a Anped (Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação).

De acordo com a matriz proposta pelo Inep, a prova vai avaliar o profissional a partir de três dimensões: profissão docente e cidadania, trabalho pedagógico e domínio dos conteúdos curriculares. Serão exigidos conhecimentos em temas como políticas educacionais, gestão do trabalho pedagógico, além do domínio dos conteúdos como língua portuguesa, matemática, história e artes.

A previsão é que o documento seja concluído até o início do segundo semestre desta ano. Em seguida, o Inep abrirá uma chamada pública para convocar especialistas interessados em elaborar itens para o exame.


MEU DEUS! TEREMOS UM ENEM DO MAGISTÉRIO!!!!

ACHO QUE VAI BABAR!!!!!


http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/concurso-nacional-para-professor-sera-em-agosto-de-2012-20110512.html

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Concretismo e Tropicália

Concretismo

Esse material foi retirado do livro “Literatura brasileira” de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães


Seja marginal seja herói (1968), de Hé­lio Oiticica, artista plástico neoconcre-to, expõe de forma sintética um dos di­lemas que se colo­cavam na vida polí­tica e cultural do Brasil nas décadas de 1960 e 70.


TENDÊNCIAS DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA

Duas são as marcas principais da cultura brasileira das últimas décadas do século XX: a efemeridade e a mistura de tendências artístico-culturais. Trata-se de um período fértil, com o lançamento de inúmeras revistas, manifestos e movimentos, mas em geral de curta duração. Ao mesmo tempo, verifica-se uma mistura das novas tendências com as antigas linhas de nossa tradição literária. Depois da implantação da censura a todo tipo de atividade cultural, acentuou-se o caráter dispersivo dessa literatura, que passou a contar basicamente com produções individuais.

Os anos 1950-60

     O Brasil, nos anos 50 e 60, até o golpe de 1964, viveu um período de verdadeira euforia política e econômica. Foi a época do governo democrático-populista de Juscelino Kubitschek (1956-1961), que empreendeu uma política econômica industrial e desenvolvimentista.
     Propondo um Plano de Metas que permitiria ao país desenvolver cinquenta anos de sua histó­ria em cinco, Juscelino abriu as portas ao capital estrangeiro, que aqui instalou suas indústrias, aproveitando -se de nossa mão-de-obra barata. A construção de Brasília, a geração de novos empregos na indústria e no comércio, a ampliação do consumo — tudo isso criou uma atmosfera ingénua de euforia no país.
     No plano internacional, a vitória da Revolução Cubana abriu a discussão sobre as relações de força entre as grandes nações e aguçou nos países do Terceiro Mundo a consciência da necessidade de independência em relação aos Estados Unidos e à União Soviética.
     A cultura brasileira acompanhava o ritmo das mudan­ças. Novas ideias surgiam nos diferentes domínios da arte, com a Bossa Nova, o Cinema Novo, o Teatro de Arena, as vanguardas concretas na poesia e nas artes plásticas, os fes­tivais de música transmitidos pela televisão.
    Após o golpe militar de 1964, a atividade cultural do país se manteve dinâmica ainda por mais alguns anos. Sur­giu o Teatro Oficina, que encenou O rei da vela, de Oswald de Andrade; foram criados os CPCs (Centros Populares de Cultura), que visavam levar cultura para as ruas; o Tro-picalismo ganhou as rádios e a televisão. Esse período efer­vescente terminou com a decretação do AI-5, em 1968, o exílio de políticos e artistas e a instituição de uma censura prévia a eventos culturais.

O Concretismo: o poema-ícone

     O Concretismo provavelmente foi, da década de 1950 até os nossos dias, a principal corrente de vanguarda em nos­sa literatura, em virtude da influência que exerceu, e ainda exerce hoje, sobre sucessivos grupos de poetas, artistas plásti­cos e músicos.
     O movimento, iniciado em 1956, teve a liderança de três poetas paulistas: Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo de Campos. Como porta-voz de suas ideias, o grupo criou a revista Noigandres.
     Os poetas concretos, a exemplo de João Cabral de Melo Neto, pregam o fim da poesia intimista e o desapareci­mento do eu lírico, além de propor uma concepção poética baseada na geometrização e visualização da linguagem.
     Para isso, retomam certos procedimentos adotados pe­las correntes de vanguarda do começo do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, e dão continuidade a certas experiências formais já feitas por Murilo Mendes, Drummond e João Cabral de Melo Neto.



    Rompendo com a estrutura discursiva do verso tradicional, os concretistas procuram valer-se de materiais gráficos e visuais e criar uma poesia urbana, capaz de captar e transmitir a realidade das grandes cidades, com seus anúncios propagandísticos, outdoors e néon.
     Os recursos da poesia concretista são os mais variados: vão de experiências sonoras, com alite­rações e paronomásias, até o emprego de caracteres tipográficos de diferentes formas e tamanhos; da diagramação do texto na página até a criação de neologismos. O poema assume então a forma de cartaz, de cartão, de anúncio, de dobradura, de fotografia, de colagem; enfim, a forma de um objeto qualquer da produção industrial. E o poeta se transforma num artista gráfico, num artesão sintonizado com o seu tempo. Observe:

A poesia-práxis e outras concretudes

     Os poetas do Rio de Janeiro estiveram durante algum tempo ligados ao grupo concretista de São Paulo. Na década de 1960, entretanto, o Rio procurou desenvolver o seu próprio Concretismo. Em 1959, por exemplo, motivados pela exposição de arte realizada no Museu de Arte Moderna, poetas e artistas plásticos fundaram o Neoconcretismo, com a participação de Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Frans Weissmann, Hélio Oiticica, Lygia Clark e outros. O auge do movimento deu-se entre 1959 e 1962.
     Surgiram outros movimentos, como o Poema-processo, liderado por Wladimir Dias Pino, mas o principal acontecimento foi a criação, por Mário Chamie, da poesia-práxis. Ao publicar sua obra Lavra-lavro, Chamie qualificou o grupo paulista de "vanguarda velha" e propôs uma ação poética desenvolvida em três etapas: o ato de compor, a área de levantamento, o ato de consumir.
Diz o poeta:


[...] O autor práxis não escreve sobre temas. Ele parte de áreas (seja um fato externo ou emoção), pro­curando conhecer todos os signifi­cados e contradições possíveis e atuantes dessas áreas, através de elementos sensíveis que conferem a elas realidade e existência.
(Apud Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasilei­ra, p. 536.)







O bicho (1960), de Lygia Clark, escultura em metal que deve ser manipulada pelo público.

Eis um fragmento do poema 'Lavra Dor', de Mário Chamie:

Não talho, o leve risco talha
a terra
e a garra vira a terra e leva
o barro
para a via, via de grama e pedra.

Nem malho, a fina serra fende
o tronco
e a foice corta o tronco e mostra
a polpa
para o dia, dia de sol e faca.

Não fundo, o raso corte trilha
o solo
e o sulco sulca o solo e rompe
o lodo
para o rio, fio de água e musgo.

Nem brando, o duro aço rasga
a carne
e o rasgo marca a face e deixa
a terra
para o cio, cio de fêmea e seiva.

( "Arado", fragmento do poema
"Lavrador", Mário Chamie)


LAVRA: Onde tendes pá, o pé e o pó, sermão da cria: tal terreiro.
DOR: Onde tenho o pó, o pé e a pá quinhão da via: tal meu meio de plantar sem água e sombra.
LAVRA: Onde está o pó, tendes cãimbra; agacho dói ao rés e relva.

TROPICALISMO

Origem do tropicalismo 

O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas cinema, poesia), surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record. 

Influências e inovações

O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.
O tropicalismo inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baiãosamba, bolero, entre outros.

As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.

Críticas recebidas 

O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária.


Uma outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop-rock americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.


Os principais representantes do tropicalismo foram:

- Caetano Veloso
- Gilberto Gil
- Os Mutantes
- Torquato Neto
- Tom Zé
- Jorge Bem
- Gal Gosta
- Maria Bethânia


Os discos tropicalistas que mais fizeram sucesso foram:

- TROPICÁLIA ou PANIS ET CIRCENCIS - 1968 – Mutantes
- CAETANO VELOSO – 1968
- LOUVAÇÃO - 1967 - Gilberto Gil
- A BANDA TROPICALISTA DO DUPRAT - 1968 - Rogério Duprat



Músicas tropicalistas que fizeram sucesso:

- Tropicália (Caetano Veloso, 1968)
- Alegria, Alegria (Caetano Veloso, 1968) 
- Panis et circencis (Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968)
- Atrás do trio elétrico, (Caetano Veloso, 1969)
- Cadê Teresa (Jorge Ben, 1969)
- Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)


Conclusão 
O tropicalismo foi muito importante no sentido em que serviu para modernizar a música brasileira, incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos. Neste sentido, foi um movimento cultural revolucionário, embora muito criticado no período. Influenciou as gerações musicais brasileiras nas décadas seguintes.






sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Percy Jackson - O ladrão de Raios

Percy Jackson  é um garoto como tantos outros que não se ajustam aos padrões sociais. Em seis anos ele já frequentou seis escolas, e acredita que isso tenha ocorrido porque tudo de ruim acontece com ele, principalmente durante as excursões escolares, o que então motiva imediatamente sua expulsão da instituição em que se encontra.
O garoto acredita que não pode ser melhor que os outros, nem mesmo tão bom quanto eles, pois seus problemas de dislexia – dificuldades para ler, escrever e soletrar – e de transtorno do déficit de atenção não o permitem. Porém, o único professor  com quem ele tem mais afinidade na atual escola – a Academia Yancy, um internato particular de Nova Iorque, exclusivo para crianças consideradas portadoras de problemas -, o Senhor Brunner, mestre de latim, acredita realmente que ele é mais talentoso do que imagina.
Em uma excursão para o Metropolitan Museum of Art, ele descobre inesperadamente que tem poderes desconhecidos, revelados subitamente quando sua colega de escola, Nancy Bobofit, humilha Grover, seu melhoramigo. De repente, sem saber como, ele ingressa em um universo paralelo, no qual seus professores não são mais o que parecem ser.
A Senhora Dodds, mestra de álgebra, que sempre o detestou, despe suas vestes humanas e se revela um ser monstruoso. O professor de latim, que anda sobre uma cadeira de rodas, aparece no cenário do confronto com uma velocidade incalculável e atira para o garoto uma caneta que, surpreendentemente, converte-se em uma espada.
É com esta arma que Jackson atinge a falsa professora, transformando-a em pó com aroma de enxofre. O problema é que, aturdido, achando que tudo foi fruto de sua imaginação, ele sai à procura da Senhora Dodds, e descobre que ela nunca existiu. Será que ele está realmente enlouquecendo, criando uma dimensão paralela para fugir de sua problemática realidade?
É com estes elementos que o autor, Rick Riordan, tece o primeiro volume da série Percy Jackson e os Olimpianos, O Ladrão de Raios, que ocupou durante muito tempo o topo da lista das sagas mais vendidas  no The New York Times. O que mais fascina o público infanto-juvenil, e até mesmo alguns adultos, nesta obra, é a forma como o escritor entretece ancestrais mitos gregos e os enredos que compõem as narrativas de aventuras do nosso século.
Nesta trama deuses e semideuses, como os antológicos heróis da antiga Grécia, estão bem vivos, mas eles normalmente não atingem a fase adulta, pois é desta forma que o destino escreve suas trajetórias. Nos tempos atuais, eles não têm consciência de quem são, e é neste caso que se enquadra o protagonista  desta história.
Isto explica porque as coisas mais estranhas ocorrem com ele, e dá um certo sentido a sua até então insípida existência. De repente o garoto-problema se converte em um herói no estilo das lendas narradas pelos gregos. Ele não é mais um incapaz, rejeitado por todos, mas alguém com uma missão a cumprir, mesmo que esta tarefa coloque sua vida em risco. Quem se importa com isso se, subitamente, conquista um status heróico, ainda que seja em uma realidade alternativa? Com certeza é esta possibilidade que realmente cativa o leitor.
Fontes:
http://tigredefogo.wordpress.com/2009/01/23/trecho-do-livro-o-ladrao-de-raios-percy-jackson-e-os-olimpianos-rick-riordan/
http://www.reputacao.com.br/det-item.jsp?id=420

Biografia do autor:
Por quinze anos, Rick Riordan lecionou inglês e história em escolas do ensino médio dos Estados Unidos, até alcançar prestígio e fama internacionais com a série Percy Jackson e os olimpianos, na qual, nos dias de hoje, um garoto disléxico de doze anos descobre ser filho de Poseidon, o deus grego do mar. O ladrão de raios, livro de estreia da saga, foi citado como um dos destaques infanto-juvenis de 2005, segundo o The New York Times. Com os volumes seguintes, o autor alcançou o topo das listas de mais vendidos de seu país. Toda a série será publicada no Brasil pela Intrínseca. Riordan também é autor da saga de mistério para adultos Tres Navarre e de The Maze of Bones, parte da série 39 Clues.


O gato preto - de Edgar Allan Poe

No conto de Edgar Allan Poe, “O Gato Preto”, faremos uma análise comentada do conto e abordaremos tópicos como a macroestrutura e tema, a ação, a biografia do autor, o narrador, focalização o tempo e o espaço trabalhado que fazem parte do texto narrativo e que servem para a compreensão do leitor.
Macroestrutura e Tema:

De acordo com o texto sobre o texto narrativo, a Macroestrutura é o conteúdo essencial do texto. É na macroestrutura que encontramos os elementos para o desfecho da história. É um relato da vida do personagem para que com essas características a ação possa ser consumada. É o caso quando o narrador, conta como se casou, que tinha muitos animais e descreve o gato que é o assunto principal do texto. Falando em assunto Principal, o Tema é o que será abordado em um texto. No caso do Conto “O Gato Preto”, o tema a ser abordado é a convivência do Narrador com o gato Plutão.

Como se dá a ação:

A partir do momento em que o narrador se diz um dependente do álcool e que já não tratava mais tão bem a sua esposa e consequentemente os seus animais, inclusive o gato em questão, ele, numa noite qualquer, chega embriagado em casa e percebe que Plutão, o gato, evita a sua presença e com raiva, o narrador primeiro arranca um olho e em outro momento mata o gato enforcado de forma perversa mas com um profundo arrependimento. Desde então a vida do homem que narra o conto muda completamente e pra pior.

Biografia de Edgar Allan Poe:

Edgar Allan Poe nasceu em Boston, no dia 19 de Janeiro de 1809. Poe estudou em Londres na Stoke-Newington; algum tempo depois continuou seus estudos de volta a Richmond, na Universidade Charlotteville. Allan Poe, apesar de muito inteligente era também muito genioso, e isto lhe valeu a expulsão desta universidade. Edgar Allan Poe era um jovem aventureiro, romântico, orgulhoso e idealista. Continuou seus estudos em Virgínia, mas também foi expulso por não se enquadrar nos padrões comportamentais daquela época. Na verdade, Allan Poe era um boêmio que vivia no luxo, se entregando à bebida, ao jogo e às mulheres. Mais tarde, foi para a Grécia e ingressou no exército lutando contra os turcos. Logo após, alista-se num Batalhão de artilharia e matricula-se na Academia Militar de West Point. Mas com o lançamento de uma compilação de poesias em 1831, desliga-se da Academia e corta relações com seu pai adotivo, devido ao casamento com outra mulher, o que teria deixado Poe muito contrariado. Aos 22 anos, vivendo na miséria, publica Poemas. Já em Baltimore procura pelo irmão Willian e assiste a morte dele. Allan Poe passa a viver com uma tia muito pobre e viúva com duas filhas. Durante dois anos vive em miséria profunda. Mas vence dois concursos de poesias e o editor Thomaz White entrega-lhe a direção do "Southern Literary Messenger". Em 1833 lança Uma aventura sem paralelo de certo Hans Pfaal. Dirige a revista por dois anos. Allan Poe gozava de uma certa reputação com leitores assíduos. Depois de sua vida estabilizada, aos 27 anos casa-se com sua prima de 13 anos, Virgínia Clemn. No ano de 1838 trabalha na Button’s Gentleman Magazine na companhia de sua esposa. O casal vivera na Filadélfia, Nova York e Fordham. Em 1847, sofre com a morte de sua esposa vitimada pela tuberculose. Em 1849, Allan Poe lança O Corvo. Eureka e Romance Cosmogônico lhe atribuem a fama necessária para provocar a censura da imprensa e da sociedade. Desiludido, volta para Richmore e depois vai para Nova York e entrega-se à bebida. Antes de seguir para a Filadélfia, resolve encontrar-se com velhos amigos. Na manhã seguinte, Poe é encontrado por um amigo em estado de profundo desespero, largado numa taberna sórdida, de onde o transportaram imediatamente para um hospital. Estava inconsciente e moribundo. Ali permaneceu, delirando e chamando repetidamente por um misterioso "Reynolds", até morrer, na manhã do domingo seguinte, aos 39 anos e deixando uma vasta obra em sua vida de sacrifícios e desordem. Era 7 de outubro de 1849, e os Estados Unidos perdiam um de seus maiores escritores. Até hoje não se sabe ao certo o que tenha acontecido naquela noite. Teria o autor, sido vítima da loucura que em tantos contos narrou? Muitos afirmam que tenha sido vítima de uma quadrilha que o envenenou, mas o mais certo é que tenha tido uma overdose de ópio. Poe escreveu novelas, contos e poemas, exercendo larga influência em autores fundamentais como Baudelaire, Maupassant e Dostoievski. Mas admite-se que seu maior talento era em escrever contos. Escreveu contos de horror ou "gótico" e contos analíticos, policiais. Os contos de horror apresentam invariavelmente personagens doentias, obsessivas, fascinadas pela morte, vocacionadas para o crime, dominadas por maldições hereditárias, seres que oscilam entre a lucidez e a loucura, vivendo numa espécie de transe, como espectros assustadores de um terrível pesadelo. Entre os contos, destacam-se O gato preto, Ligéia, Coração denunciador, A queda da casa de Usher, O poço e o pêndulo, Berenice e O barril de amontillado. Os contos analíticos, de raciocínio ou policiais, entre os quais figuram os antológicos Assassinato de Maria Roget, Os crimes da Rua Morgue e A carta roubada, ao contrário dos contos de horror, primam pela lógica rigorosa e pela dedução intelectual que permitem o desvendamento de crimes misteriosos. Em seus contos, Poe se concentrava no terror psicológico, vindo do interior de seus personagens ao contrário dos demais autores que se concentravam no terror externo, no terror visual se valendo apenas de aspectos ambientais.Geralmente, os personagens sofriam de um terror avassalador, fruto de suas próprias fobias e pesadelos, que quase sempre eram um retrato do próprio autor, que sempre teve sua vida regida por um cruel e terrível destino. Nenhum de seus contos é narrado em terceira pessoa, desse modo, vê-se como realmente é sempre "ele" que vê, que sente, que ouve e que vive o mais profundo e escandente terror. São relatos em que o delírio do personagem se mistura de tal maneira à realidade que não se consegue mais diferenciar se o perigo é concreto ou se trata apenas de ilusões produzidas por uma mente atormentada.Em quase todos os contos, sempre há um mergulho, em certas profundezas da alma humana, em certos estados mórbidos da mente, em recônditos desvãos do subconsciente. Por esses aspectos a psicanálise lança-se ao estudo da obra de Poe, já que a mesma possui uma grande leva de exemplos que ilustram suas demonstrações. Independentemente desse aspecto, sua obra é lembrada pelo talento narrativo impressionante e impressivo, pela força criadora monumental e pela realização artística invejável, fazendo com que Edgar Allan Poe seja considerado um dos maiores autores de contos de terror.

Quem é o narrador?
Edgar Allan Poe é um escritor que faz com que todas as suas histórias sejam narradas em 1ª pessoa do singular para o leitor pensar que foi ele mesmo quem vivenciou os fatos relatados.

Focalização:
O conto “O Gato Preto”é relatado na modalidade de Focalização Interna. Onde o narrador conta com detalhes como era a sua vida, o jeito como matou Plutão e sua esposa, a ocultação do cadáver e o encerramento do crime quando a policia descobre o assassinato com a ajuda do outro gato relatado na história.

O tempo:
Quando o autor narra o fato que já aconteceu e esse fato é dado como uma questão resolvida e encerrada, dá-se o nome de Narração Ulterior que foi usado no conto “O Gato Preto”.
Que espaço trabalhado:
De acordo com o conto, o espaço em que o narrador se refere é a sua casa, precisamente na adega da casa, onde todas as mais importantes ações citadas no texto são realizadas.
Vimos que o texto narrativo contém critérios de escrita e que devem ser obedecidos. No caso de conto “O Gato Preto”, é bem clara e abordagem de cada tema. Vimos também que Edgar Allan Poe é um místico escritor que narra as suas histórias como se ele mesmo tivesse vivido-as como se fosse um fato real, assim o leitor se interessa mais pela história contada.

Fonte:
Þ Site: A garganta da serpente – www.gargantadaserpente.com.br
Þ Site: Spectrum Gothic –
 www.spectrumgothic.com.br

A Última Música - Nicholas Sparks

Escrito por Nicholas Sparks, o livro ‘A Última Música’ narra a emocionante história dos irmãos Ronnie e Jonah vão passar as férias com seu pai, separado da mãe deles há alguns anos. O menino, que é o filho mais novo, adora a ideia, mas a irmã, mais velha, não gosta e vai a contragosto passar as férias com o pai.
Durante o período de férias, o pai dos irmãos, Steve, tenta de todas as formas conquistar a filha adolescente Ronnie, que resiste as investidas do pai. Durante os dias de férias, a adolescente de 17 anos conhece o seu primeiro amor. Aos poucos, o pai conquista o amor da filha, confessando os erros de pai e mantendo um diálogo e amizade com a garota.
Mas, nem tudo é só felicidade, pois Steve está muito doente. A filha Ronnie descobre a fragilidade do pai, que está com uma doença fatal. Esperançosa e determinada, a menina decide cuidar do pai até a sua morte. Sua mãe permite que as férias da garota se transformem em residência fixa. Assim, ao lado do namorado Will e do pequeno irmão Jonah, Ronnie cuida do seu pai até o dia da morte dele. Uma história brilhante de Nicholas Sparks sobre amor, família e esperança.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Romantismo no Brasil


O Romantismo no Brasil

No Brasil, o momento histórico em que ocorre o Romantismo tem que ser visto a partir das últimas produções árcades, caracterizadas pela satírica política de Gonzaga e Silva Alvarenga, bem como as idéias de autonomia comuns naquela época. Em 1808, com a chegada da corte, o Rio de Janeiro passa por um processo de urbanização, tornando-se um campo propício à divulgação das novas influências européias; a Colônia caminhava no rumo da independência.
Gonçalves Dias (Caxias MA 1823 - Baixo dos Atins MA 1864) estudou Direito em Coimbra, Portugal, entre 1840 e 1844; lá ocorreu sua estréia literária, em 1841, com poema dedicado à coroação do Imperador D. Pedro II no Brasil. Em 1843, escreveria o famoso poema Canção do Exílio. De volta ao Brasil, foi nomeado Professor de Latim e secretário do Liceu de Niterói, e iniciou atividades no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Nos anos seguintes, aliou a intensa produção literária com o trabalho como colaborador de vários periódicos, professor do Colégio Pedro II e pesquisador do IHGB, que o levou a fazer várias viagens pelo interior do Brasil e para a Europa. Em 1846, a publicação de Primeiros Cantos o consagraria como poeta; pouco depois publicaria Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848) e Últimos Cantos (1851). Suas Poesias Completas seriam publicadas em 1944. Considerado o principal poeta da primeira geração do Romantismo brasileiro, Gonçalves Dias ajudou a formar, com José de Alencar, uma literatura de feição nacional, principalmente com seus poemas de temática indigenista e patriótica.

O Romantismo no Brasil
Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza da pátria; na realidade, características já cultivadas na Europa e que se encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar profundas crises sociais, financeiras e econômicas. De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte ; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de Ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo. 

São palavras de Gonçalves de Magalhães:

“Não se pode lisonjear muito o Brasil de dever a Portugal sua primeira educação, tão mesquinha foi ela que bem parece Ter sido dada por mãos avaras e pobres. No começo do século atual, com as mudanças e reformas que tem experimentado o Brasil, novo aspecto apresenta a sua literatura. Uma só idéia absorve todos os pensamentos, uma idéia até então desconhecida; é a idéia da pátria; ela domina tudo, e tudo se faz por ela, ou em seu nome. Independência, liberdade, instituições sociais, reformas políticas, todas as criações necessárias em uma nova Nação, tais são os objetivos que ocupam as inteligências, que atraem a atenção de todos, e os únicos que ao povo interessam.”

Características do Romantismo

Um dos fatos mais importantes do Romantismo foi a criação de um novo público, uma vez que a literatura torna-se mais popular, o que não acontecia com os estilos de época de características clássicas. Surge o romance , forma mais acessível de manifestação literária; o teatro ganha novo impulso, abandonando as formas clássicas. Com a formação dos primeiros cursos universitários em 1827 e com o liberalismo burguês, dois novos elementos da sociedade brasileira representam um mercado consumidor a ser atingido: o estudante e mulher. Com a vinda da família real, a imprensa passa a existir no Brasil e, com ela, os folhetins, que desempenharam importante papel no desenvolvimento no romance romântico.

No prefácio de Suspiros poéticos e saudades, Gonçalves de Magalhães nos dá uma ótima visão do que era o romantismo para um autor romântico: 
“É um livro de poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios;  ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço; ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios do cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre os túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. Poesias d’alma e do coração, e que só pela alma e pelo coração devem ser julgadas. Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material das estrofes, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as idéias como elas se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração; além de que, a igualdade de versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estrofes produz uma tal monotonia, que jamais podem agradar.”
Realmente, Gonçalves de Magalhães define o Romantismo e suas características básicas sob dois aspectos: o de conteúdo e o de forma. 
Quanto ao conteúdo, os românticos cultivavam o nacionalismo , que se manifestava na exaltação da natureza da pátria, no retorno ao passado histórico e na criação do herói nacional, no caso brasileiro, o índio  (o nosso cavaleiro medieval). Da exaltação do passado histórico vem o culto à Idade Média, que, além de representar as glórias e tradições do passado, também assume o papel de negar os valores da Antigüidade Clássica. Da mesma forma, a natureza ora é a extensão da pátria ora é um prolongamento do próprio poeta e seu estado emocional, um refúgio à vida atribulada dos centros urbanos do século XIX.
Outra característica marcante no romantismo e verdadeiro “cartão de visita” de toda a escola foi o sentimentalismo , a valorização dos sentimentos, das emoções pessoais: é o mundo interior que conta, o subjetivismo . e à medida que se volta para o eu, para o individualismo, o pessoalismo, perde-se a consciência do todo, do coletivo, do social. A constante valorização do eu  gera o egocentrismo ; os poetas românticos se colocavam como o centro do universo. É evidente que daí surge um choque da realidade e o seu mundo. A derrota inevitável do eu leva a um estado de frustração e tédio. Daí as seguidas e múltiplas fugas da realidade : o álcool, o ópio, as “casa de aluguel” (prostíbulos), a saudade da infância, a idealização da sociedade, do amor e da mulher. No entanto, essa fugas tem ida e volta, exceção feita à maior de todas as fugas românticas: a morte.  
Já ao final do Romantismo brasileiro, a partir de 1860, as transformações econômicas, políticas e sociais levam a uma literatura mais próxima da realidade; a poesia reflete as grandes agitações, como a luta abolicionista, a Guerra do Paraguai, o ideal de República. É a decadência do regime monárquico e o aparecimento da poesia social  de Castro Alves. No fundo, uma transição para o realismo.
Quanto ao aspecto formal, a literatura romântica se apresenta totalmente desvinculada dos padrões e normas estéticas do Classicismo. O verso livre , sem métrica e estrofação, e o verso branco , sem rima, caracterizam a poesia romântica.

Romantismo – Poesia


Aquarela do Brasil

Oh! 
Oi, essas fontes murmurantes
Onde eu mato minha sede 
e onde a lua vem brincar

Oi, esse brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro  
Brasil, Brasil...

Deixa cantar de novo o trovador
À merencória luz da luaToda a canção do meu amor 
Oi, esse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiroBrasil, Brasil...
 O romantismo se inicia no Brasil 1836, quando Gonçalves de Magalhães publica na França a Niterói – Revista Brasiliense, e no mesmo ano lança um livro de poesias românticas intitulado Suspiros poéticos e saudades. 

Em 1822, D. Pedro I concretiza um movimento que se fazia sentir, de forma mais imediata, desde 1808: a independência do Brasil. A partir desse momento, o novo país necessita inserir-se no modelo moderno, acompanhando as nações independentes da Europa e América. A imagem do português conquistador deveria ser varrida; há a necessidade de auto-afirmação da pátria que se formava. O ciclo da mineração havia dado condições para que as famílias mais abastadas mandassem seus filhos à Europa, em particular França e Inglaterra, onde buscam soluções para os problemas brasileiros, apesar de não possuir o Brasil a mesma formação social dos países industrializados da Europa, representada pelo binômio burguesia/ proletariado. A estrutura social brasileira ainda era marcada pelo binômio aristocracia/ escravo; o “ser burguês” era mais um estado de espírito, norma de comportamento, do que uma posição econômica e social.
É nesse contexto que encontramos Gonçalves de Magalhães viajando pela Europa. Em 1836, vivendo o momento francês, funda a revista Niterói , da qual circularam apenas dois números, em paris. Nela, publica o “Ensaio sobre a história da literatura brasileira”, considerado o nosso primeiro manifesto romântico: 
“Não, oh!  Brasil! No meio do geral merecimento tu não deves ficar imóvel e tranqüilo, como o colono sem ambição e sem esperança. O germe da civilização, depositado em seu seio pela Europa, não tem dado ainda todos os frutos que deveria dar, vícios radicais têm tolhido seu desenvolvimento. Tu afastaste do teu colo a mão estranha que te sufocava, respira livremente, respira e cultiva as ciências, as artes, as letras as indústrias e combate tudo o que entrevá-las pode.”
O ano de 1881 é considerado marco final do romantismo, quando são lançados os primeiros romances de tendência naturalista e realista (O mulato, de Aluísio Azevedo, e Memórias de Brás Cubas , de Machado de Assis), embora desde 1870 já ocorressem manifestações do pensamento realista na Escola de Recife, em movimento liderado por Tobias Barreto. 

AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS

Como vimos no início do capítulo, percebe-se nitidamente uma evolução no comportamento dos autores românticos; a comparação entre os primeiros e os últimos representantes dessa escola revela traços peculiares a cada fase, mas discrepantes entre si. No caso brasileiro, por exemplo, há uma distância considerável entre a poesia de Gonçalves Dias e a Castro Alves. Daí a necessidade de dividir o Romantismo em fases ou gerações. Assim é que no Romantismo brasileiro podemos reconhecer três gerações:
Primeira Geração – geração nacionalista ou indianista
Marcada pela exaltação da natureza, volta ao passado histórico, medievalismo, criação do herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo  e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.
Segunda Geração – geração do “mal do século”
Fortemente influenciada pela poesia de Lord Byron e Musset, é chamada, inclusive, de geração byroniana. Impregnada de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante – característicos do ultra-romantismo, o verdadeiro “mal do século”- seu tema preferido é a fuga da realidade, que se manifesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e na exaltação da morte. Os principais poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
Terceira geração – geração condoreira
Caracterizada pela poesia social e libertária, reflete as lutas internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II. Essa geração sofreu intensamente a influencia de Victor Hugo e de sua poesia político-social, daí ser conhecida como geração hugoana. O termo condoreirismo é conseqüência do símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos : o condor, águia que habita o alto da cordilheira dos Andes. Seu principal representante foi Castro Alves, seguido por Tobias Barreto e Sousândrade. 

Principais Autores Românticos


*        Casimiro de Abreu

Poeta brasileiro, Casimiro José Marques de Abreu nasceu em São João da Barra, no estado do Rio, em 4 de janeiro de 1837. Poeta de grande inspiração, seus versos ainda hoje apreciados, lidos com admiração. “As Primaveras”, sua coletânea de poemas, ainda continua agradando ao grande público, e as edições sucedendo. Faleceu a 19 de outubro de 1860, com a idade de 23 anos.

*        José Martiniano de Alencar

Foi bacharel em direito, jornalista, professor, crítico, teatrólogo e Poeta. Escreveu sobre o pseudônimo de IG, em 1856, as “Cartas sobre a Confederação dos Tamoios”. É considerado o fundador do romance brasileiro, já que no Brasil foi o primeiro a dar ao país um verdadeiro estilo literário. Sua obra está repleta de um nacionalismo vibrante, toda ela escrita numa tentativa de nacionalismo puro, numa temática nova, muito brasileira. Publicou : 

“O Guarani”, “Iracema”, “Ubirajara”, “As Minas de Prata”, “O Garatuja”, “O Ermitão da Glória”, “Lucíola”, “A Pata da Gazela”,  “O Gaúcho”, “O Tronco do Ipê”, “O Sertanejo” e muitos outros. Faleceu em 1877.

*        Antônio Frederico Castro Alves

Nasceu na Bahia, em 1847. É considerado um dos maiores poetas brasileiros. Em 1863, começou a participar da campanha abolicionista, escrevendo em um jornal acadêmico seus primeiros versos em defesa da abolição da escravatura: “A Canção do Africano”. Castro Alves participou ativamente das inquietações de espírito, da agitação poética e patriota e das lutas liberais que empolgavam sua geração. Em 1868 transferiu-se do Rio de Janeiro para São Paulo, onde continuou sua campanha abolicionista, declamando seus poemas antiescravista em praça pública. Foi acometido de tuberculose e um acidente ocorrido em uma caçada acabou por consumi-lo. Faleceu em 6 de junho de 1871. Deixou vasta bagagem literária, entre artigos, poesias, etc. “A Cachoeira de Paulo Afonso”, “A Revolução de Minas” ou “Gonzaga”, drama e o livro “Espumas Flutuantes”.

*        Manuel Antônio Álvares de Azevedo

Poeta brasileiro nascido em São Paulo, a 12 de setembro de 1831. “Lira dos Vinte Anos” é o título de sua obra principal, deixada inédita e publicada após a sua morte ocorrida em dez de março de 1852, no Rio de Janeiro. Escreveu ainda “A Noite na Taverna”, livro de contos, e mais “Conde Lopo”, um Drama, incompleto, aliás. Deixou também traduções e comentários críticos. 

*        Antônio Gonçalves Dias 

Poeta brasileiro, nasceu no estado do Maranhão, a 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi estudar direito em Portugal, no Colégio de Artes, e foi lá que escreveu sua famosa “Canção do Exílio”. Já formado, embarcou para o Brasil, onde permaneceu muitos anos. Em 1847, lançou “Os Primeiros Cantos” e, 1848, “Os Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão”. Em 1849, foi nomeado professor de latim e História do Brasil no Colégio Pedro II. Em 1851, foram publicados os “Últimos Cantos”. Em 1862, bastante enfermo , embarcou para Europa. Em 1864, voltando ao Brasil, faleceu em um naufrágio. Gonçalves Dias é o patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras.

*        Joaquim Manuel Macedo

Romancista, poeta e jornalista brasileiro, nasceu em 1820 e faleceu no Rio de Janeiro em 1882. Pode ser considerado um dos pioneiros do romance no Brasil. Seu primeiro romance “A Moreninha”, lançado em 1844, até hoje é sucesso. Foi médico, professor, deputado da Assembléia Provincial e deputado federal. Escreveu também  “O Forasteiro”, “O Moço Louro”, “Os Dois Amores”, “O Culto do Dever”, “A Namoradeira”, e outras obras. É patrono da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras.

*        Bernardo Joaquim da Silva Guimarães

Jornalista, professor, crítico e poeta, nasceu em Ouro Preto, em 1825. Formado em Direito, viveu a atmosfera romântica da época. Estreou com um livro de versos “Contos da Solidão” em 1852, ao qual se seguiram “Poesias”, “Folhas de Outono” e “Novas Poesias”. Bernardo Guimarães foi um dos iniciadores do regionalismo romântico com a publicação de “O Ermitão de Muquém”, lançado em 1869. Abrangendo o tema da escravidão, escreveu “Escrava Isaura” e ainda  “O Garimpeiro”, e “O Seminarista”. Morreu em 1884.

Romantismo – Prosa


O início da prosa literária brasileira ocorreu no Romantismo. Com o gradual desenvolvimento de algumas cidades, sobre tudo o Rio de Janeiro, a cidade da corte, formou-se um público composto basicamente de jovens da classe alta, cujo ócio permitia a leitura de romances e folhetins.

Esse público leitor buscava na literatura apenas distração. Torcia por suas personagens, sofria com as desilusões das heroínas e tranqüilizava-se com o inevitável final feliz. E, tão logo chegava ao fim, fechava o livro esquecia-o, esperando o próximo, que lhe oferecia praticamente as mesmas emoções. O público de hoje substituiu os romances e folhetins pelas telenovelas e fotonovelas, mas ainda continua em busca de distração, passando o tempo a torcer e chorar por seus heróis...

TENDÊNCIAS DO ROMANCE ROMÂNTICO

Romance urbano
É o que desenvolve tema ligado à vida social, principalmente do Rio de Janeiro. A variedade dos tipos humanos, os problemas sociais e morais  decorrentes do desenvolvimento da cidade, tudo serviu de fonte para os nossos romancistas, dentre os quais se destacam:  José de Alencar (Senhora ; Lucíola), Joaquim Manuel de Macedo (A Moreninha; O Moço Loiro) e Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um sargento de milícias).

Romance sertanejo ou regionalista
Atração pelo pitoresco e o desejo de explorar e investigar o Brasil do interior, fizeram o autor romântico se interessar pela vida e hábitos das populações que viviam distantes das cidades. Abriam-se assim, para o romantismo, o campo fecundo do romance sertanejo, que até hoje continua a fornecer matéria a nossa literatura. Nessa linha, destacam-se José de Alencar, Taunay (Inocência) e Bernardo Guimarães (A escrava Isaura; O Seminarista).

Romance histórico
Foi um dos principais meios encontrados pelos românticos para a reinterpretação nacionalista de fatos e personagens da  nossa história, numa revalorização e idealização de nosso passado. Nessa linha, os autores mais importantes são: José de Alencar (O Guarani; As Minas de Prata; A guerra dos Mascates), Bernardo Guimarães (Lendas e romances; histórias e tradições da província de Minas Gerais) e Franklin Távora (O Matuto; Lourenço).

Romance indianista
Ainda na perspectiva de valorização de nossas origens, surge o romance indianista, tendo encontrado sua melhor realização nas obras de José de Alencar, que idealizou a figura do índio, exaltando-lhe a nobreza e valentia. (Ubirajara; Iracema; O Guarani).
O trecho abaixo é um fragmento do capítulo IV de O guarani, em que Alencar descreve fisicamente Peri.
A luta
“Quando a cavalgada chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa". Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbora das árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caia-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre, brilhava como reflexos dourados, os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte, a pupila negra, móbil cintilante, a boca forte, mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto um pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida”.(José  de Alencar) 
O trecho seguinte é um fragmento do capítulo 11 de Iracema, em que Alencar descreve fisicamente a heroína índia. 
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.O favo de jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do ipu, onde campeava sua guerreira tribo. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os últimos cabelos. Escondidos na folhagem, os pássaros ameigavam o canto.
( José de Alencar )

Análise dos textos

Com certeza, você deve ter observado a força expressiva dos adjetivos, responsáveis pelo clima de idealização da figura do índio; também deve ter percebido que o autor se esforça para integrar o herói à natureza : são atitudes típicas do romântico. Ao ler o romance  Iracema, você perceberá, talvez com maior evidência, essa postura de Alencar; aliás, o nome da heroína, que em tupi-guarani significa “lábios de mel”, é um anagrama da palavra América, ou seja, a heroína é a própria personificação da terra nova, virgem, selvagem. Uma curiosidade : repare como Alencar tem verdadeira fixação pela descrição dos pés de seus personagens, sempre pequenos, ágeis, delicados.
Por outro lado, ao entrarmos no século XX, notaremos uma constante preocupação de autores pré-modernistas ou modernistas em ridicularizar esse tipo de herói romântico. Busca-se, então, um herói mais próximo das realidade brasileira. Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, e Macunaíma, de Mário de Andrade, são negações do Peri alencariano. 

Lembrança de morrer
(fragmento)
“Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrimaEm pálpebra demente.E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro- Como as horas de um longo pesadelo    
Que se desfaz ao dobre de um sineiro.                          
(...)

Só levo uma saudade – é dessas sombrasQue eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!                        
(...)
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme aindaÉ pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!                       
(...)
Beijarei a verdade santa e nua,Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitárioNa floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:-    Foi poeta – sonhou – e amou na vida.”
(Álvares de Azevedo)

Análise de texto

Características:  sentimentalismo (amor idealizado), fugas da realidade, saudades da infância, individualismo e desilusão.

Romances Indianistas

Este é o gênero que trouxe maior popularidade a Alencar. São três romances: O guarani, Iracema e Ubirajara. Notamos  neles, além do indianismo que reflete o nacionalismo e a exaltação da natureza da pátria, uma preocupação histórica: nos dois primeiros romances citados, Alencar mescla personagens reais com personagens fictícios; há uma preocupação muito grande em tudo datar e localizar (Alencar chegou a pesquisar textos quinhentistas).
Em O guarani , o índio, individualizado em Peri, aparece civilizado, em contato com os brancos; Alencar até o batiza, para que ele possa salvar Cecília (sem a condição de cristão, o índio não seria confiável!). Iracema , romance baseado numa lenda do período de formação do Ceará, retrata o nativo brasileiro – no caso, a índia – em seu primeiro contato com o branco colonizador. Da relação entre Iracema e o português Martim nasce Moacir, o primeiro cearense. O romance Ubirajara o índio pré-cabralino, ou seja, o nativo americano em seu estado mais puro, anterior à chegada do português colonizador.


FONTE: http://www.mundovestibular.com.br/articles/6517/1/Romantismo-no-Brasil/Paacutegina1.html